Nosso cinema é vivo. Apreciar o cinema feito por nós é uma dança cósmica. Se ver/escutar/sentir em registro, é um portal do tempo que nos dá a oportunidade de olhar para nós mesmes em um grande espelho coletivo. “Olhando para o futuro-passado podemos caminhar no presente-futuro” em conjunto com tantas possibilidades, tantos mundos e idiomas cinematográficos a serem partilhados e transitados. Nós podemos e estamos em todo lugar.
Na 4º Mostra Infinita caminhamos por um território sagrado de contos que vêm desde muito tempo. Vozes que ecoam em frequências vibracionais e viajam desde outras dimensões interestelares e espaços/tempos diversos para compartilhar saberes, tecnologias e histórias. Atravessaremos força de coletividades, ritos de cura y sanación, exumação de ossos de histórias nunca contadas, abertura de portais no tempo e no peito. Nesse tinku abrimos olhos, ouvidos e coração ao invisível dadivoso. Encontrando com o sagrado nas esquinas do cotidiano.
Pensando nisso, preparamos sessões que abrem portais, nomeando algumas com obras já existentes, que dialogam com as temáticas de cada sessão: Na abertura celebramos a arte e memória; “Na outra ilha” nos firma a relação coletiva com terra, seu cuidado e preservação; “Valentina o la Serenidad” nos faz enfrentar profundidade do luto e sanar feridas antigas dentro de um círculo afetivo familiar; “Llanthupy Munakuy” nos caminha sobre águas, ressignificando rituais e o amor próprio, abraçando suas sombras; “República” nos abre a realidade e ficção para a possibilidade de reescrever a história; No encerramento respiramos aberturas e caminhamos no presente-futuro.
Cantiga de roda, toque do maracá, baque de tambor para mudar a história como é contada. Para tomar outras possibilidades como vias de crescimento e expansão. Para invocar e sanar. Para ver e ouvir o mundo desde nossa perspectiva infinita.
Wara
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