numa manhã de janeiro, fui ao centro não sei atrás de quê. tinha conversado com beto e allan sobre algumas referências para as fotos que faria, mas nada tinha sido fechado.
comprei duas folhas de papelaria: uma translúcida com tons de verde e rosa e outra espelhada. Na espelhada, fluiu melhor. Senti que quanto mais amassada, mais interessante, e aí amassamos mais ainda, rostos novos foram formados, faces disformes. Com o incrível
@raofreitass, montamos luz para todas, do início da tarde até a noite.
Fizemos estas fotos em janeiro.
Não sei se vocês já viram as outras capas da maquinas, não são fotografias. São trabalhos gráficos, uma pintura, com cores muito específicas, com texturas marcadas, quase como se pudéssemos tocar.
Queria introduzir uma capa com fotografia com a mesma linha familiar. E estamos conversando sobre o vermelho, tão marcado da era anterior, mas que aos poucos vai dando vazão a outras cores.
Desenhei um esboço, conversei com beto por chamada de vídeo. Chamei
@johann.freitas para dentro do processo, porque já temos algumas capas assinadas juntos, e em TODAS ele me entende e divide inúmeras opções de caminho que seguimos intuitivamente.
Conversamos por dias por mensagens de aúdio, até chegarmos na capa.
Fotografias em redemoinho entre si, textura, sem tipografia, grão para dar e vender (que a gente gosta bem), camadas de transparência, raw em trânsito.
das coisas que gosto nesse trabalho:
1. ter a liberdade de criação de quem confia na minha cabeça por mais difícil que seja não conseguir explicar aonde se vai chegar - e que por vezes, eu também ainda não sei, mas vou saber.
2. ser ouvida pelo johaan até quando digo pouco ou que falo criptografada daquilo que sei mas não sei explicar
3. poder fazer uma capa para um single que escuto, por pelo menos 9 meses, sendo construído tanto que em janeiro já sabíamos a letra de cor.
4. colocar no mundo algo feito junto. 🩵